Dicas para pesca às Douradas (1ª Parte)

O que lhe pode estar a passar ao lado…

SE HÁ ASSUNTO QUE ESTÁ MAIS DO QUE BATIDO, ESSE É DA PESCA ÀS DOURADAS.

SEJA NA PESCA FUNDEADA VERTICAL, À CHUMBADINHA OU MESMO À ROLA, O TEMA PARECE ESGOTADO.

NO ENTANTO E FELIZMENTE QUE ASSIM É, HÀ SEMPRE MAIS COISAS QUE PODEMOS FAZER PARA MELHORAR, NÃO FOSSE A PESCA UM APELO À CREATIVIDADE E AO PODER DE ADAPTAÇÃO DO PESCADOR.

VARIAR AS ISCADAS

Um aspeto de particular importância é variar as iscadas. Na pesca das douradas não há dois dias iguais e no mesmo dia podemos encontrar as douradas a comerem de forma diferente.

Isto é algo que se generaliza para a pesca vertical fundeada, à chumbadinha e à rola.

No mesmo dia podem querer um caranguejo-verde inteiro, noutro dia podem querer apenas metades, em outras ocasiões querem apenas os peitos dos pilados, enfim… pode acontecer de tudo um pouco e por isso mesmo há que ir variando.

Pode parecer um pouco conversa fiada mas faz mesmo muita diferença e isso comprova-se num barco com mais pescadores, onde trocando opiniões, se consegue perceber o que está a funcionar melhor, dando obviamente o desconto pois cada um terá a sua forma de pescar e sensibilidade.

Só para se ter uma ideia, há dias em que o simples facto de o caranguejo ser ou não iscado com patas faz toda a diferença.

Nem só de caranguejo vive um pescador de douradas.

Iscos ALTERNATIVOS

Há outros iscos alternativos que podem fazer toda a diferença e até podem ser um recurso para os pescadores que não têm uma sensibilidade tão apurada para “ir ao toque” do caranguejo ou, pura e simplesmente, para se habilitarem a umas douradas XXL.

Um destes iscos é o ferrado ou bucho de polvo.

Trata-se de uma isca por excelência para peixes grandes à chumbadinha, seja aos pargos, robalos, sargos e, claro está, as douradas.

Nesta isca a regra mantém-se e se a pesca estiver mais complicada deve optar-se por um ferrado mais generoso, do tamanho de uma noz ou ligeiramente superior; já se as douradas grandes estiverem em força podemos aumentar o tamanho da isca, podendo ser um ferrado do tamanho de um punho…sim, não é exagero.

Nestes casos iscar com dois anzóis, em tandem, é uma excelente opção.

PASSAR DESPERCEBIDO…

Não se pense que por a dourada andar em fundos consideráveis no inverno, que podem ir dos 40 aos 100 metros, é menos desconfiada por isso.

Continua a ser um peixe bem manhoso e que acusa a pressão caso não tenhamos alguns cuidados, pois há outros que nos passam ao lado sem que possamos fazer nada.

Estes fatores são muitas sondas abertas e a emitirem ecos permanentemente; os peixes apercebem-se disso e em locais frequentados por muitas embarcações pode ser complicado evitar o stress dos peixes.

Muitos pescadores experientes que pescam à rola optam por desligar a sonda depois de detetado peixe no local, passando depois a guiarem-se apenas pelo GPS e tentarem passar pelos mesmos locais onde detetaram peixe inicialmente.

Isto é apenas um pequeno contributo, mas que pode ajudar a “escaldar” menos o pesqueiro.

Um grande contributo que se pode dar sobretudo a quem pesca no Algarve e costa vicentina é quando tentamos tirar os moradores da concha com um martelo.

Para o efeito recomenda-se que se use uma base de madeira, se possível com um pano por baixo.

Desta forma reduz-se o prejudicial barulho que se difundirá rapidamente na água e que deixará mais atentas as nossas queridas douradas.


DURAS, DURINHAS…

Muito se tem discutido sobre se a cana para pescar às douradas deve ser rija.

Para isso peço apenas que façam o seguinte exercício e imaginem a boca de uma dourada.

Pois, é dura, muito dura e para cravar bem o anzol é necessário que a cana seja durinha, mais ainda porque muitas vezes têm de se expor o bico do anzol que tem de atravessar a carapaça do caranguejo por não ter ficado exposto.

A acrescer a isto que só por si valida a escolha de uma cana dura, imagine o que é ter uma cana mais macia e ter que responder aqueles toques rápidos das douradas. Isto é válido quer para as canas destinadas à pesca à chumbadinha quer às canas para pesca a vertical; nestas últimas o que variará é a ponteira, que simplesmente ditará a sensibilidade e forma de vermos os toques.

O resto tem de ser potência para que o anzol se espete bem na boca muito óssea deste esparídeo.

FINO, FININHO…

Quanto às linhas é consensual que as mesmas devem ser finas, preferencialmente em multifilamento. Agora a questão é: o que é que é fino? Para mim um 0,18 pode ser grosso e para outro pescador pode ser fino.

Para baralhar mais as voltas à rapaziada, não há nos multifilamentos uma “verdade” muito grande e contrariamente aos monofilamentos e fluorocarbonos, é mais difícil aferir com muita exatidão o seu diâmetro.

O conselho vai para que seja o seu bom senso e experiências adquiridas em épocas anteriores lhe digam se nesta época deve baixar ainda mais a espessura da linha, tendo como objetivo ganhar sensibilidade e minimizar o efeito da aguagem.

A nossa sugestão vai para algo entre 0 0,10 e 0,16 mm, os quais dependerão da marca, pois há marcas em que um modelo de 0,10 é na verdade um generoso 0,16 ou mais. Por fim alertar para o facto de se conseguir optar por uma linha multicolor, algo muito útil em alguns momentos da pesca à dourada, nomeadamente quando andam levantadas do fundo.

A ETERNA QUESTÃO

A chumbadinha continua a ser uma dor de cabeça para muitos pescadores.

Não se perceber os toques levanta sempre a questão de que se está a fazer algo mal: se a chumbada está no fundo, se a mesma está encostada ao anzol, uma série de questões que é difícil explicar à pesca quanto mais nestas linhas.

A palavra sensibilidade é a tónica dominante e perceber se o chumbo tocou no fundo é importante (pelo menos quando as douradas aí estão, pois sobem e muito), pelo simples facto de que se lá estiverem vão investir de imediato sobre a isca e não as sentimos.

Ter a noção de que quanto mais perto a oliva estiver da isca maior será a nossa sensibilidade. Se me perguntarem se o peixe desconfia do chumbo peço que façam uma análise a dois pontos:

(1) se já pescaram aos sargos à chumbadinha já devem ter apanhado sargos com o chumbo encostado ao anzol;

(2) já se deram ao trabalho de ver as vossas chumbadinhas novas ao fim de algum tempo de pesca?
É que muitas vezes até as mesmas vêm com as marcas dos dentes…por isso não vamos por aí.

IR AO TOQUE…

Se perguntarem quando se deve ir ao toque isso é também algo subjetivo, sobretudo no caso da chumbadinha, em que isso varia e muito; é uma questão de ir tentando perceber como é que elas estão a comer para ver se temos de ferrar de imediato ou dar-lhes mais tempo para comer.

Já na pesca vertical fundeada não é bem assim e, se estiver com dois estralhos, o mais certo é que se estiver à espera do terceiro toque, ele pode não vir a acontecer.

O ideal é ferrar à primeira e isso é algo que tem a ver com “a mão” de cada um, ou esperar pelo segundo toque. Aí é que não podemos falhar mesmo senão… toca a puxar para cima e iscar de novo.

Se não tiver reflexos, encare o primeiro toque como um aviso…


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3 Replies to “Dicas para pesca às Douradas (1ª Parte)”

  1. Pesquei nos últimos 5 anos em Setúbal (pesca embarcada) e este ano vim viver para perto de VRSA.
    Gostaria de periodicamente dar continuidade a esta actividade que tanto gosto. Podem indicar contacto de um mestre que permite contra o respectivo pagamento
    a participação neste evento?

    O meu contacto: 969101791

  2. in Vila Real de Santo Domingus you can contact the Master Fisherman that have the Boat Vinivious.
    cost is 50 EUROS per day Lunch included phone 9693482124
    Good luck and catch them all 😉

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