E depois das DOURADAS?


Autor: Carlos Abreu
Fotos: Autor

Participação: José Luis Costa
Fotos: Autor e Arquivo

Pois é, acabou a época das douradas e as atenções já se voltam para outras espécies.

O “PICA-PICA”, as Corvinas, os Pargos… enfim, uma grande oportunidade de opções que nos podem continuar a proporcionar alguns exemplares de respeito, os tais que nos animam as jornadas. E é precisamente nesta fase do campeonato que os Sargos-Legitimos e os ocasionais parguetes nos fazem alguma cobiça.

Depois das Douradas, o mais certo é que muitos pescadores se dediquem à pesca habitual, o “pica-pica”. No entanto, é muito difícil de preencher um vazio criado pela ausência das Douradas pescadas à chumbadinha, UMA PESCA SUBTIL QUE PRECISA DE ALGUMAS “UNHAS” para ser feita e na qual nos debatemos com peixes “peitudos’, que colocam o nosso material à prova.

Quem se tem viciado nos últimos tempos nessa pesca sabe que é difícil voltar para o “pica-pica” e suas espécies habituais: é uma pesca seletiva, capaz de apanhar peixe de muita qualidade e tamanho, com a aliciante da sensibilidade que a técnica tem e que proporciona uma apresentação de isco capaz até de apanhar esparídeos a meia água.

A acompanhar os sargos surgem outras espécies de esparídeos que, dependendo das iscas e dos locais em si, podem diversificar as cores do interior da nossa geleira.

“quanto mais leve melhor”

AS ALTERNATIVAS

Mas há nesta época de transição, uma espécie capaz de cumprir estes requisitos se bem que muito mais generosa na forma de atacar as  nossas iscadas. Os sargos são uma excelente alternativa para esta época do ano, pescando em águas não muito fundas.

Os locais são imensos por esta costa fora. Peniche, um pouco por toda costa Alentejana, Cascais. Ericeira, Sesimbra, Algarve, um sem número de locais onde esta espécie marca presença, com exemplares bem Iutadores e que aderem para lá de bem à pesca à Chumbadinha.

A acompanhar os sargos surgem outras espécies de esparídeos que, dependendo das iscas e dos locais em si, podem diversificar as cores do interior da nossa geleira. Os fundos até aos 40 metros onde se pesca às douradas de inverno são certamente fundos bons destas espécies e sinónimo de encontrarmos pela certa.


A TÉCNICA

A técnica é a mesma que torna a pesca das douradas tão apaixonante como simplista. A chumbadinha tem este condão: juntar a simplicidade à eficiência, algo que na pesca anda geralmente quase sempre de mãos dadas.

Aquilo que se usava nas douradas tem de sofrer um ajustamento nível de pesos, diâmetro de linhas e anzóis utilizados… mas nem tudo tem de ser forçosamente diferente.

Comecemos pelo peso da chumbadinha; a sua escolha terá de ser feita da mesma maneira que para pesca às douradas e a velha maxima do “quanto mais leve melhor” ainda marca bastantes pontos. Logicamente que se o pescador não estiver feito a esta pesca e pera melhor sentir o fundo, o ideal é mesmo aumentar o peso da chumbadinha. A titulo de exemplo diga-se que para pescar em 40 metros de fundo e com uma aguagem certinha, não muito forte, pode pescar perfeitamente com um peso de 30 gramas; para os menos acostumados recomendo que optem por 50 a 60 gramas, embora os sargos comam bem melhor que as douradas e sentem-se quase sempre… quase!

Quanto às linhas o ideal é baixar um pouco o diâmetro, se bem que, se houver outras espécies como os pargos ou semeas se recomenda manter o habitual 0,35mm… por vezes até aumentar um pouco caso os sargos falhem, sinal de que anda mais qualquer coisa no pesqueiro que não os deixa comer tranquilamente. Na minha opinião, e se a opção forem mesmo os sargos e ocasionais parguetes pescados a 30 ou 40 metros, um bom fluorocarbono de 0,28 ou 0,30 dá conta do recado; se pescarmos mais baixinho por vezes tem de se baixar até 0,23 ou 0,25mm.

Nos anzóis é que tem mesmo de se baixar o tamanho, uma vez que as iscadas também serão mais pequenas, mais adequadas ao tamanho da boca dos sargos, mas também não pequenas em demasia. Juntamente com os sargos há outra espécies que, se lhes apresentarmos uma iscada mais pequena não nos vão largar. Por isso toca a baixar o tamanho das iscada mas não muito!


ANZÓIS E ISCOS

Se na pesca do “pica-pica”, se isca muitas vezes com camarão, com um anzol entre o nº 8 e o nº 2, para os sargos e nas mesmas condições, a pescar à chumbadinha recomendo um anzol nº 1 ou 1/0 iscado com meio camarão ou gamba de lote 30/40, podendo mesmo chegar a iscar um camarão desse lote inteiro, com cabeça e casca.

Se andarem sargos grandes, saimas ou parguetes no pesqueiro é muito certo que invistam nessa iscada. Com a sardinha idem, tendo em conta que meia sardinha pode ser já uma iscada bem generosa para os sargos; pescar com uma sardinha inteira é mais indicada para os pargos ou safios. Quanto a iscos não vario muito mais que isto, reconhecendo que há muito mais opções para o pescador como é o caso da amêijoa, choco, mexilhão e o caranguejo.


CANAS: A ETERNA QUESTÃO

Mais um capítulo que ainda dá muito que falar. Há quem prefira canas de spinning, outros de boia. Para os sargos reconheço que não há necessidade de se possuir uma cana tão forte como as usadas para pargos ou douradas, se bem que sejam peixes que vendem cara as escamas.

Uma cana de boia, resistente, com 3,5 a 4 metros dará certamente conta do recado, com elasticidade suficiente para combater exemplares mais peitudos quando se usam linhas mais finas, de maneira a evitar ruturas. O que não recomendo é que leve uma cana de porteirinhas para pescar à chumbadinha; perdem muito na rapidez de ação e as ferragens não são as melhores.

Posto isto, só posso recomendar que fale com o seu mestre favorito, que lhe peça para ir aos sargos, leve 3 ou 4 quilos de sardinha e um quilo de camarão e que se divirta. Os sargos e as demais surpresas vão certamente proporcionar-lhe jornadas magníficas!



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