Evolução na Pesca Embarcada




Texto: Filipe Cintra

Fotos: Autor e Arquivo

A pesca embarcada já não é o que era! A cada dia, o peixe é cada vez menos e nós, pescadores, somos cada vez mais exigentes.
  E, à medida que o tempo passa, apesar dos mais variados factores contra, a verdadeira paixão por esta modalidade aumenta. É através dessa mesma paixão que decidimos partilhar experiências,vivências, erros, lições e convicções de forma a darmos também nós o nosso contributo, por ínfimo que seja, para a evolução da pesca embarcada em Portugal.
   Iniciamos assim uma série de artigos que abordará… tudo! Ou, pelo menos, o que achamos essencial. Uma série que percorrerá todos os itens essenciais à pesca embarcada dita ligeira e que será uma excelente base para quem se inicia agora, mas que ajude quem também já tem umas luzes.

Assuntos como: peixes, canas, carretos, fios, anzóis, montagens, chumbadas, acessórios, vestuário, etc., serão abordados um por um, mas como este é o primeiro da série, decidimos partilhar hoje uma visão global sobre a modalidade.

Equilíbrio na pesca.

Existe algo que muitos pescadores se esquecem, que deixam para trás ou até que pensam que não interessa para nada, mas compreender os vários factores em jogo é para nós a base de tudo. Só assim seremos melhores amanhã.
Todos sabemos que existem factores negativos na pesca, mas, através do nosso positivismo, tentamos logo contrapor as situações menos boas com outras melhores.

Senão, vejamos:
• se é verdade que à medida que o tempo passa vai existindo cada vez menos peixe, também é verdade que cada vez somos mais selectivos;
• se é verdade que cada vez o material é mais caro, também é verdade que este é cada vez mais eficaz;
• se é verdade que as saídas são cada vez mais caras, também é verdade que as embarcações estão cada vez mais bem equipadas.


Já lá vai o tempo em que qualquer cana servia, qualquer carreto que puxasse o peixe dava e até as montagens que em vez de as fazermos comprávamos. Hoje tudo mudou !


OS BARCOS

Começando pelo início, há que pensar nas embarcações; sem elas, nada era possível. Assim deixamos algumas constatações.
Antigamente, os pequenos barcos particulares e as traineiras ‘de folga’ eram a frota para este tipo de pesca! Qualquer coisa servia! Hoje isso não é verdade, somos cada vez mais exigentes no que toca às ‘condições de trabalho’, ao conforto e, acima de tudo, à segurança.

Assim, hoje temos três tipos de embarcações mais comuns no panorama da pesca embarcada em Portugal:

• as traineiras, que vão resistindo à evolução, deixando as redes e os aparelhos em terra e instalando umas sondas e GPS (além de outros confortos) e se dedicam agora única e exclusivamente a este tipo de negócio;

• os barcos particulares, que são cada vez maiores e que estão cada vez mais equipados para a modalidade em si, sendo normalmente já cabinados, com bons motores e com muito espaço para arrumações;

• e, finalmente, os verdadeiros profissionais da pesca embarcada, que são aqueles que compraram um barco específico e totalmente equipado para esta modalidade, modelos que levam oito, dez, doze pescadores de cada vez e, na maioria dos casos, possuem condições muito acima do mínimo indispensável.

É claro que muitos ainda vêem esta pesca apenas como um escape, que vão uma única vez por mês e que pensam que, para apanhar uns peixes, comer uma bela caldeirada e bater uma soneca a bordo, embalado pelo ondular do mar, não é preciso muito. Mas isso é cada vez menos válido nos dias que correm.

Ninguém gosta de apanhar menos do que o vizinho do lado e é aí que começamos a encarar cada saída de barco como mais uma oportunidade de evoluirmos, de testarmos este e aquele pormenor ‘inventado’, ou seja, de colocarmos em prática tudo aquilo que pensámos em casa.

Existem alguns itens que temos de ter em conta, e serão abordados um a um nos próximos meses, de forma a podermos explanar todo o conhecimento que obtivemos após alguns anos nestas andanças.

Já lá vai o tempo em que qualquer cana servia, que qualquer carreto que puxasse o peixe dava e até as montagens que em vez de as fazermos comprávamos! Hoje
tudo mudou! E porquê? É o que veremos nas próximas edições!





Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *