Os Perigos na Pesca Embarcada (parte II)




Texto: Filipe Cintra

Fotos: Autor e Arquivo

Uma simples saída, na companhia daqueles amigos que tanto prezamos, que tem tudo para ser um dia inesquecível pelos melhores motivos pode rapidamente passar a ser inesquecível por outros motivos que não gostamos. Ao nosso desporto estão implícitos vários perigos, e hoje veremos o que fazer passar evitá-los ao máximo.

No embarque, há que ter atenção à organização de todo o material.

Os materiais

Desde logo no embarque, há que ter atenção à organização de todo o material, quer seja nosso ou até mesmo dos nossos parceiros. Material mal acondicionado é meio caminho andado para as tão indesejadas quedas.
Depois há que ter em conta com o manuseamento dos mesmos, como é o caso dos anzóis. Por várias vezes assistimos a montagens a passar rente dos braços, cara e pernas dos companheiros, ao mínimo descuido já está, nem dá tempo para mais nada. Depois quando se puxa o peixe para borda o mesmo, mas aí muitas vezes para além dos anzóis, o pescado também ele pode infringir algumas infelicidades. Manusear tudo como muita atenção e sem qualquer stress (porque a pesca serve essencialmente para nos aliviar o stress) torna tudo muito mais simples.

Peixes venenosos

Manusear o pescado é também bastante importante, não nos podemos esquecer que existem espécies bastante perigosas. O Rascasso e o Peixe-aranha são sem dúvida os peixes que mais tememos. O veneno que possuem nos seus espinhos são tão fortes que chegam a provocar desmaios, tal a dor que nos afecta.

Em relação ao Rascasso há que ter sobretudo cuidado com os espinhos em volta da cabeça e da barbatana dorsal. Estes possuem um veneno extremamente doloroso, e ao contrário do que se pensa, quanto menor for o peixe maior o perigo. Esta situação deve-se essencialmente às defesas que estes pequenos peixes possuem. Depois o Peixe-aranha, o peixe com o veneno mais doloroso de todos, é esguio e após a captura torna-se bastante irrequieto, não deixando o pescador agarra-lo nas melhores condições para o libertar do anzol. O que se aconselha é a cortar logo o estralho. Não é por mudarmos um simples estralho que perdemos assim tanto tempo. Apesar destas duas espécies serem das que tem maior valor gastronómico, há que ter uma atenção redobrada.

Peixes com espinhos

Depois existem as outras espécies, que apesar de não terem veneno possuem espinhos, que ao entrarem na nossa carne, provocam alguma dor e muitas vezes infecções. Não vale a pena estarmos stressados em retirar o pescado da água, dos anzóis, etc. Há que fazer tudo com bastante calma, bastante paciência, não se esqueçam que somos Pescadores, os reis da paciência.

Outros perigos

Depois o uso de facas, alicates, tesouras, requerem também bastante atenção ao seu manuseamento, pois a bordo duma embarcada raramente estamos sem qualquer oscilação. O oscilar do barco quando cortamos algo pode ser “fatal”, e depois da faca ou a tesoura nos ir aos dedos pouco há a fazer.

Outra situação que chamamos à atenção é ao “lançamento” da montagem, muitas das vezes o peixe está difícil e vemos os colegas a lançarem as suas montagens de força a procurar o peixe e aí quando os vemos fisgar alguns exemplares tentamos fazer o mesmo. Se não o sabe fazer, tente primeiro aprender com quem sabe, pois por várias vezes assistimos ao pessoal a lançar sem saber e de repente lá está o anzol espetado num dedo.


Conclusão

Conforme dissemos no artigo anterior, não queremos com este texto ensinar nada a ninguém, queremos sim alertar para alguns perigos associados ao nosso desporto. A experiência diz-nos que as coisas só acontecem a quem as faz, por isso é necessário tomar o máximo de precauções para que a probabilidade de um azar nos acontecer, seja o mais pequena possível.


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